sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Yager se diz muito decepcionada com o desempenho de Spec Ops: The Line



   Me orgulho de fazer parte de uma, creio eu pequena, parcela de gamers que jogaram Spec Ops: The Line até o fim! Tudo bem, podemos dizer livremente que a jogabilidade não inova em nada e que o multiplayer é muito fraco, mas em um jogo com uma narrativa tão envolvente e impactante e cenas tão fortes e perturbadoras, detalhes como esse passam despercebidos.
   Mesmo apesar da grande admiração pelo título, nunca cheguei a cogitar um segundo episódio para ele, já que uma continuação direta não seria possível e um título paralelo com os mesmo personagens provavelmente não seria tão impactante quanto o primeiro. Todavia, o pessoal da Yager Developments, responsáveis pela produção do jogo, não compartilham dessa grande admiração pelo Spec Ops: The Line, podemos até mesmo dizer que é muito pelo contrário! O diretor do projeto, Timo Ullman, se diz tão decepcionado com o jogo, que declarou que talvez eles nunca mais produzam outro shooter ao estilo militar!



   Bom, também não podemos crucificar Ullman pelas palavras sem antes analisarmos os motivos por trás desse descontentamento. Para começar, concordamos que o multiplayer realmente ficou bem ruimzinho e sem sal, mas devemos considerar que ele só foi inserido ao jogo por pressão da editora, e não por vontade própria da Yager. Outra atenuante é o fato do jogo ter necessitado de toda uma equipe durante cinco anos para ficar pronto, o que claramente desequilibra a balança custo x benefício.
   Timo se justifica e explica que "se você não pode competir com os grandes, o risco se torna imenso", e também critica o modo como os gamers de hoje em dia dão mais valor para jogos bobos e descerebrados do que para jogos com narrativas bem trabalhadas, alegando que "o mercado para jogos 'inteligentes' ou 'intelectuais' é de nicho, quase elitista"


   Mathias Wiese, diretor de arte do Spec Ops: The Line, também declarou seu descontentamento e apontou grandes dificuldades para a produção do tipo de material que precisa ser avaliado para integrar um jogo como esse, algo que passa muito longe de ser divertido e animador.
   Esquecendo a perspectiva gamer e olhando pro lados dos negócios, Spec Ops: The Line realmente tem cara de que gastou mais do que arrecadou, sendo claramente possível observar que o jogo só teve uma notoriedade maior quando saiu de forma gratuita para usuários da Playstation Plus. É mesmo uma pena pensar que um jogo sensacional como esse teve tão pouco reconhecimento e acabou em um final tão trágico. Nos dias de hoje, teria sido ótimo se uma história tão marcante e questionadora de ética como a de Spec Ops: The Line tivesse chegado até mais pessoas.



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