segunda-feira, 10 de março de 2014

Dino Crisis 2 - Análise


Produtora: Capcom
Distribuídora: Capcom / Virgin Interactive

Lançamento:
Japão: 13/09/2000
EUA: 24/09/2000

Gênero: Ação, Aventura, TPS (Third Person Shooter)
Número de jogadores: 1 (um) Campanha / 2 (dois) Dino Coliseum
Plataformas: Playstation, PC (relançado em Agosto de 2002)


Another Third Energy "Incident"

   Como é possível notarmos no cenário gamer atual, o nicho "Dinossauros" vem sendo pouquíssimo explorado nos dias de hoje e quase não se ouve falar de jogos envolvendo essas feras gigantescas e pré-históricas, porém na longínqua era 32 Bits houve uma franquia que fez muito sucesso no vovô da Sony.
   Aproveitando o estouro que a série Resident Evil vinha fazendo, a Capcom decidiu usar as mesmas cabeças pensantes da franquia para criar algo novo. E assim nasceu a franquia Dino Crisis, com o intuito de explorar o Survival Horror de uma maneira diferente, sem fantasmas, zumbis, múmias, demônios ou outras coisas do além, em Dino Crisis seus inimigos são muito reais, de carne, osso, garras, dentes enormes e o pior, com o apetite de quem se afogou em um lago de Biotônico Fontoura!
   O primeiro jogo da série foi lançado em 1999 e logo se tornou um sucesso, nada que realmente se comparasse ao queridinho Resident Evil, todavia foi um jogo muito bem aceito pela crítica e pelos gamers em geral e todo mundo comentava sobre "aquele jogo igual Resident, mas de dinossauros". Aproveitando o sucesso, no ano seguinte a desenvolvedora lançou o segundo título da série, com melhorias tanto gráficas como sonoras e algumas mudanças notáveis na jogabilidade, Dino Crisis 2 acabou sendo um dos jogos mais vendidos da era 32 bits.


   Deixando um pouco de lado os puzzles do primeiro título, Dino Crisis 2 focava mais a ação do que o Survival Horror em si [o que não sabíamos é que no futuro também fariam o mesmo com o Resident Evil], fazendo dele um jogo mais curto, porém muito mais frenético e com uma pancada de extras para desbloquear.
   Para entendermos melhor a trama do segundo jogo, precisamos recapitular a história geral de Dino Crisis: no primeiro capítulo da série o cientista Edward Kirk, uma autoridade mundial no ramo de pesquisas sobre energia, simula a própria morte para se isolar em uma ilha chamada Ibis com sua equipe e poder fazer secretamente pesquisas avançadas sobre um tipo muito especial de energia. Nessa ilha Kirk consegue desenvolver uma máquina capaz de gerar uma forma de energia até então nunca vista antes, que ele batiza de Terceira Energia [Third Energy]. A Terceira Energia é tão poderosa que tem a capacidade de transportar qualquer objeto ou ser vivo de uma época para outra no tempo. Como todos podemos prever, é óbvio que isso não ia acabar bem e devido a um pequeno descuido um lapso no tempo se abriu e a ilha começou a ser tomada por dinossauros da era pré-histórica.


   Acontece que nesse meio tempo o governo acabou descobrindo o paradeiro do Edward [tem algum cagueta na parada], e sem saber do perigo que habitava a selvagem ilha enviou para lá a equipe S.O.R.T. (Equipe de Operação Secreta de Ataque) para trazer o cientista de volta a seu país. Infelizmente a equipe S.O.R.T. não teve sorte, e devido ao caos e a matança causados pelos dinossauros, a operação não saiu como planejado e poucos foram os que conseguiram escapar com vida daquele maldito paraíso sobre as águas. Após esse acontecimento, por motivos de segurança geral [e é claro, por conveniência], o governo tomou posse da Terceira Energia afastando "para sempre" o perigo de acontecer outro incidente do tipo.
   Mas como o ser humano nunca aprende que não se deve mexer com o que está quieto, eis que cerca de um ano depois o governo decide fazer outros experimentos usando a Terceira Energia. Dessa vez a ideia era usar a máquina para trazer micro-organismos vivos e células da era Cretácea para os dias de hoje, para que pudessem ser estudados e analisados minunciosamente. Porém o que todos deveriam ter percebido é que Terceira Energia é algo muito instável e o inadimplente governo, como é de costume, deixou de tomar as precauções necessárias para o experimento, o que resultou em outro acidente, fazendo com que a pequena Edward City [nítida alusão ao cientista do primeiro jogo] e também toda uma base de militar de pesquisa sumissem do mapa, dando lugar para uma enorme e misteriosa selva vinda de outra época. Parece familiar senhor governador?
   Uma equipe é formada e escalada para ir até essa selva e descobrir o que de fato está acontecendo, e é nessa equipe estão presentes os dois personagens controláveis do jogo:

Regina, uma das sobreviventes do "incidente" na ilha Ibis e membro veterano do S.O.R.T.

Tenente Dylan, do T.R.A.T. (Reconhecimento de Tempo e Aquisição de Tática)

   Durante o decorrer da trama o jogador reveza entre os dois personagens, cada qual com características próprias, ambos seguem durante o jogo todo se auxiliando e contando também com o auxílio de terceiros, e só para quebrar a rotina, fazendo de tudo para não virar alimento processado [cocô] de dinossauro. A equipe precisa descobrir o paradeiro de Edward City e desvendar todos os segredos daquela sinistra selva pré-histórica. A história tem várias reviravoltas, cenas dramáticas e emocionantes, além de várias descobertas curiosas [como uma equipe de adolescentes mudas do futuro que trabalham para manter à salvo a integridade dos dinossauros], e mesmo sendo uma campanha curta consegue segurar o jogador do começo ao fim.


   A jogabilidade é simples e muito ágil, se comparado ao primeiro jogo. Há como fazer giros rápidos de 180 graus e também existe um sistema semi-funcional de esquivas. Outra significativa melhoria que também foi implantada no segundo jogo é a possibilidade de mirar e andar simultaneamente, algo mais do que essencial para o tipo de jogo que Dino Crisis 2 se enquadra, já que os combates contra os dinossauros nesse título demandam muita agilidade e destreza do jogador.
   Como foi dito no terceiro parágrafo da análise, os puzzles apesar de ainda estarem presentes, são poucos e no geral são rápidos e bem simples de resolver. O grande foco do jogo realmente foi o combate, sempre que o jogador entrar em uma área de combate aparecerá um marcador de pontos na tela, pontos esses que são chamados de Extinct Points [Pontos de Extinção, sugestivo não?]. Há diversas maneiras de acumular Extinct Points, cada dinossauro morto vale uma certa quantia dependendo do pré-histórico em questão, combos de mortes multiplicam os pontos no final, ou seja quanto mais dinossauros o jogador matar em sequência e sem sofrer dano, mais Extinct Points receberá, além de que se o jogador conseguir passar pela área de combate toda sem sofrer nenhum arranhão também é recompensado com um bônus.


   Mas eis a dúvida que paira: Pra que diabos servem esses Extinct Points?
   A resposta foi outra grande sacada da Capcom: durante o decorrer de toda a trama o jogador passará por vários terminais, ao acessar esses terminais além de salvar o jogo também é possível acessar uma loja virtual, onde o jogador pode comprar munição, medicamentos, armas e até equipamentos. A moeda usada para pagar por isso? Extinct Points!
   Apesar de parecer um sistema simples e muito usado hoje em dia, na época foi uma grande jogada para aumentar o fator replay do título, já que o jogo conta com cerca de vinte armas diferentes que podem ser adquiridas na loja, além de sub-armas e diversas melhorias no equipamento. Mesmo que seja possível comprar tudo que a loja tem a oferecer já na primeira campanha, após terminar o jogo pela primeira vez é liberado uma especie de New Game+, onde o jogador pode recomeçar a campanha, mas já com as armas e melhorias adquiridas na primeira jogada, além de que depois do primeiro final novas, poderosas e caras armas são liberadas para venda na loja virtual e a aquisição das mesmas demandará mais Extinct Points, que consequentemente demandará mais horas de jogo.


   Outro extra super interessante que também é liberado ao primeiro final é o Dino Coliseum. É um sistema de versus para dois jogadores, onde cada um escolhe um dinossauro do elenco e sai na mordida contra o outro em uma arena, apesar de ser simples e sem grandes combos ou golpes especiais o sistema é divertido oferece mais algumas horas de diversão para o título. Porém logo quando o jogador libera o Dino Coliseum, apenas dois dinossauros estão disponíveis para serem escolhidos e adivinhem o que é necessário para desbloquear o resto deles? Exatamente, Extinct Points! Muitos, muitos Extinct Points. Com um preço bem salgado, o jogador terá que refazer a campanha diversas vezes caso queira de fato desbloquear todo o conteúdo e desossar o jogo!


   O jogo teve uma visível melhoria gráfica em relação ao primeiro, usando de fundos estáticos e personagens tridimensionais, a qualidade se compara a de Resident Evil 3 e certamente foi um dos jogos que mais explorou a capacidade gráfica do console. Os cenários são bonitos e bem trabalhados, passando não apenas na selva, como também em campos de pesquisa, bases militares e até mesmo em um vulcão. As CGs são incríveis e impressionaram os gamers e a crítica com suas texturas lisas e detalhadas, as cutscenes também são muito bem feitas e mesmo os personagens sendo poligonais e mantendo a boca imóvel durante as falas, nada disso comprometeu a qualidade do jogo na época. Tanto os personagens como os dinossauros [cerca de dez espécies diferentes] possuem características próprias e distintas e cada qual com seus detalhes, que apesar de serem poucos eram nítidos, e mesmo seguindo aquele modelo tridimensional "quadradão" da época, não se ouvia reclamações quanto à qualidade gráfica do jogo e muito pelo contrário, foi um dos pontos mais elogiados!
   Outro melhoria, porém menos significativa, foi a sonoridade. As músicas de fundo foram muito bem selecionadas, é possível sentir o nervosismo em momentos de desespero, como também é possível sentir a tensão em momentos de suspense. A dublagem, algo que não era tão valorizado na época 32 Bits, foi bem trabalhada no título e apesar de não ser nada excepcional consegue cumprir o papel. É possível ouvir o cantar dos pássaros ao fundo, além do vento batendo nas árvores e a queda das cachoeiras em meio aos rugidos dos dinossauros, tudo transpassado de forma muito convincente para a época.


   Desde o lançamento do primeiro jogo sempre acreditei que teríamos tantos Dino Crisis quanto Residents, porém o terceiro jogo [que foi lançado exclusivamente para Xbox] não recebeu boas críticas [ficou um horror] e certamente não deu o retorno previsto para a Capcom. Desde então a franquia encontra-se mais parada do que rodovia estadual em feriado prolongado.
   Dino Crisis 2 está entre os jogos mais divertidos do primeiro console da Sony, e assim como seu antecessor, é um título obrigatório para os fãs da era 32 Bits. Para quem é chegado em games de ação e tiro em terceira pessoa e não teve a oportunidade de conhecer, não perca tempo e junte-se a Regina e Dylan nessa intensa aventura e caia pra dentro dessa selva mortal, enfrentar as criaturas mais gigantescas e desvendar os segredos mais insanos da humanidade!





RESUMO

Prós:
-Trama original e intrigante
-Qualidade gráfica elevada
-Alto fator replay, muito conteúdo extra
-Modo extra para dois jogadores
-Regina teve uma ótima "melhoria gráfica" ;)

Contras:
-Campanha de curta duração


GAMEPLAY PSX


GAMEPLAY PC

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