domingo, 8 de dezembro de 2013

Max Payne - Análise


Fabricante: 3d Realms
Distribuidor: Gathering of Developers (PC) / Rockstar Games (Outras plataformas)
Desenvolvedora: Remedy Entertainment (PC) / Rockstar (PS2, Xbox e GBA)
Data de Lançamento: 25 de Julho de 2001
Plataformas: PC, Playstation 2, Xbox, Xbox 360 e GameBoy Advanced
Gênero: Ação
Número de jogadores: 1 (um)

Trailer Oficial apresentado na E3 2001
Em um pesadelo, qualquer escolha que você faça é errada

   A primeira vez que eu ouvi falar em Max Payne foi a tempos muito distantes, de uma época em que eu não tinha sequer um computador em casa e era dependente [literalmente] de Lan Houses. Nessa época nem todo mundo tinha computador, aliás uma pequena minoria tinha esse privilégio e essa pequena minoria sempre comentava do tal jogo Max Payne, e quando eu questionava sobre o que era o jogo a resposta girava em torno de “você é um policial que pode usar os poderes iguais do Matrix [filme magnífico, que na época era sensação]“. 
   Hoje quase 13 anos depois do seu lançamento, fui forçado a passar por uma abstinência total de consoles devido a problemas técnicos, e tive que me suprir minhas necessidades gamers apenas com jogos de computador [levando em conta que o meu não é nenhuma benção tecnológica]. Foi então que num relapso me lembrei desses antigos diálogos de escola e pensei em aproveitar essa “seca” para conhecer o tão bem falado Max Payne, já que sendo o jogo antigo eu não tinha que me preocupar com a configuração do meu computador. 


   Logo que instalei Max Payne já tive uma surpresa: o jogo é totalmente em português, incluindo a dublagem! Claro que não é um trabalho super-profissional como os [alguns] de hoje em dia, é possível notar o uso de sintetizadores e algumas vozes podem soar meio robóticas, mas isso é irrelevante em contraste com a obra que é o jogo. Os diálogos são repletos de metáforas e trocadilhos, alguns bem manjados mas em contrapartida alguns muito bem pensados, fazendo com o que jogo soe em boa parte como um livro ou uma história em quadrinhos obscura.
   A trama conta a história de um policial chamado Max Payne (=O), que se encontra em um momento bastante estável de sua vida, casado e com uma filha recém-nascida, vivendo em sua casa própria e sem maiores preocupações ele mesmo descreve essa situação como “em um sonho americano”. Porém como para um jogo existir [a não ser que seja algum The Sims] é necessário que algo mude toda essa normalidade, então um belo dia Max chega em sua casa e nota algo estranho. Logo ao entrar se depara com uma pichação na parede de sua sala, um símbolo que parece uma seringa, que no jogo é usado para identificar os usuários da droga Valquíria [chamada pelos mais chegados de V]. Perplexo, ele passa pelos cômodos da casa e descobre que infelizmente já é tarde, sua mulher e filha estão mortas. Aquela seringa na parede era a única pista que havia restado, porém o necessário para que Max descobrisse que sua família havia sido assassinada por usuários da droga, levando em conta que entre os efeitos da droga V, eram comuns alucinações apavorantes e violência demasiada.


   Depois desse episódio trágico, Max pede para ser transferido para o setor de Narcóticos da polícia, lugar onde poderia caçar todo o pessoal envolvido no comércio da droga Valquíria e assim arquitetar sua vingança [não que isso fosse trazer sua família de volta, mas como dito, algo precisa acontecer para termos um jogo].
   Logo no começo da trama Payne cai em uma armadilha da máfia e acaba sendo acusado pelo assassinato de um de seus colegas de trabalho, o que consequentemente coloca também a polícia na sua cola, e durante o jogo todo Max é divulgado para toda Nova Iorque como um assassino armado e perigoso.
   Esse é você na trama: um homem sem casa, sem família e que precisa viver se escondendo para não ir para a cadeia/caixão. Com essa premissa é que o jogo realmente começa a te emerge nessa insaciável caçada que mostrará ser muito mais complexa do que parecia.


   O modo como a história é passada é muito interessante, além de algumas poucas cenas em CG, a grande maioria do roteiro é mostrado através de cenas ao maior estilo HQ com todo um ar macabro e sombrio, regado por frases célebres e metáforas que deixam alguns pensadores no chinelo.
   A ação e o suspense são pontos muito focados pela Remedy e em momento algum você se sentirá seguro. A jogabilidade é bastante intuitiva e familiar, a física do jogo é boa e apenas deixa a desejar em alguns saltos com a barra de espaço, mas nada que comprometa. O diferencial que com certeza foi muito bem elaborado é o famoso Bullet Time (Tempo de Bala). Para quem nunca ouviu esse termo, vou tentar explicar do modo mais fácil possível: Acredito que todo ser humano já tenha assistido o filme Matrix, certo? Lembram no final, quando o Neo está sendo baleado pelo Agente Smith e de repente toda a imagem fica em câmera lenta, sendo possível para Neo ver a trajetória das balas e desviar? Muito bem, esse efeito é o chamado Bullet Time.

Matrix

   Agora, voltando ao jogo, o Bullet Time foi incorporado com excelência e é extremamente funcional, não está no jogo apenas para gerar algumas cenas bonitinhas. Na versão para PC ele é ativado de duas maneiras: é possível ativar a qualquer momento clicando no botão direito do mouse ou é possível ativar durante um pulo para qualquer direção, apertando Shift + direção do pulo. Em qualquer dessas duas situações o tempo fica muito lento, praticamente parado, porém a mira se move normalmente pela tela sendo possível arquitetar grandes massacres em apenas um salto! Obviamente esse "dom" não é infinito, porém são raras as ocasiões em que o jogador se vê sem ele.


   Outro “bônus” do jogo acontece quando você consegue um tiro certeiro no inimigo, é possível ver em câmera lenta o projétil acertando e o sangue do infeliz esguichando, além do que se você continuar atirando, é possível ver as várias balas atravessando o pobre bandido.
   O jogo composto de três partes, cada uma delas com diversos capítulos e todos devidamente nomeados. Grande parte das fases acontecem em lugares fechados, mas existem diversas exceções: algumas fases se passam em lugares normais como portos ou ruas; em contrapartida algumas se passam em lugares bastante abstratos, como um sonho e uma alucinação da droga V. As fases em sua grande maioria são lineares e não oferecem ao jogador muitas opções de exploração.
   Max tem a sua disposição uma boa quantidade de armas, o jogador começa com um calibre 45 mas com o passar das fases vai adquirindo novas armas, que vão desde Espingardas e Rifles a Lança-Granadas e Coquetéis Molotov. Para restaurar a vida o jogador precisa procurar por analgésicos, que são achados em diversos lugares [sempre procure nos banheiros] e para usar esse medicamento é só apertar Tab, a energia não é restaurada na hora mas se restaura lentamente. Quatro analgésicos são o suficiente para recuperar totalmente a energia.


   A qualidade gráfica, mesmo para os dias de hoje, é muito boa. Na época de seu lançamento foi um dos jogos mais bem aceitos pela crítica e um entre seus pontos fortes, o mais considerado foi o gráfico. É claro que ainda é possível ver alguns polígonos, principalmente em partes mais detalhadas dos personagens como as mãos e o rosto, mas nada disso interfere na experiência geral que o jogo oferece. Os cenários são detalhados, existem pichações por todos os lugares e o clima de vazio sempre é evidente [claro, só o clima, já que como foi citado o jogador nunca se sente seguro].
   A sonoridade também cumpre prontamente seu papel. Raras são as músicas do jogo, já que o clima geralmente é silencioso. É possível ouvir o vento assoprando fortemente do lado de fora dos edifícios, em contraste com as sirenes das viaturas.


   Ao se aproximar de uma sala que têm inimigos geralmente é possível ouvir alguns pequenos diálogos entre eles, todos bastante originais e alguns bem engraçados. Em uma das fases por exemplo, se ouve algo como "Esse plano não vai dar certo" - "Eu sei, mas temos que seguir as ordens"; em um ponto do jogo, se você entrar em uma certa sala e depois sair, dá pra ouvir os bandidos conversado: “Você vai lá pegar ele?” – “Eu não, não sou louco”.
   Hoje eu entendo porque boa parte do pessoal que jogou Max Payne fala bem, o jogo é uma obra, com um enredo muito interessante que durante todo o jogo está surpreendendo o jogador; uma parte gráfica ótima que me faria condenar qualquer gamer new school que pensasse em dizer que o gráfico é ruim a cadeira elétrica; uma sonoridade, mesmo às vezes se tornando monótona devido ao excessivo silêncio, cumpre muito bem seu papel; tudo isso sem mencionar novamente que todo o jogo é em Português do Brasil (PT-BR).
   

   Se você ainda não jogou, não espere uma abstinência como a minha para conhecer esse jogo e o faça o quanto antes. Max Payne é um jogo curto que não vai lhe custar mais do que seis horas, faça um esforço e reserve um tempo na sua agenda para desvendar todos os mistérios envolvidos por trás da polêmica droga Valquiria. Acredite, essa história vai muito longe...




RESUMO

Prós:

-Enredo bem escrito e elaborado
-Gráficos definidos
-Totalmente em português
-Realiza um dos maiores sonhos de todo nerd: ser o Neo

Contras:

-Curta duração
-Sonoridade levemente pacata
-Linearidade excessiva
-Todo mundo quer te matar

GAMEPLAY DE 7 MINUTOS

GAMEPLAY DE 12 MINUTOS

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